Hereditário é um filme que é capaz de mexer muito com quem assiste, explorando temas de luto, trauma e relações familiares. Trilha sonora, forma de gravação das cenas e a incrível atuação trouxeram uma atmosfera mais fechada e opressiva para o filme que combinou muito com a história e com o que queriam transmitir no filme.
O filme não tem cenas que te dão sustos imediatamente assim que a tensão começa como é em muitos filmes de terror, antes das cenas de sustos eles constroem uma tensão mais demorada que vai crescendo e fazendo você ficar esperando para depois finalmente vir a cena de susto ou cena gore.
Esse filme traz ótimas cenas de terror psicológico e se desenrola de um jeito inesperado, por isso precisa prestar atenção nos detalhes para entender e se aprofundar na história. Hereditário brinca com o psicológico tanto dos personagens quanto de quem assiste, sendo uma experiência intensa que desafia o terror tradicional, trazendo uma reflexão sobre o medo que nos assombra e como esse medo pode se tornar algo pior.
Se você quer ver um filme de terror que mistura terror psicológico e cenas de morte bem sangrentas, esse é um bom filme para assistir. De início, o filme começa bem tranquilo, mostrando o velório da matriarca da família e continua bem tranquilo até a morte de Charlie. A Charlie é mostrada como uma garota esquisita que aparentemente a avó criou de uma forma meio bizarra, isso só vai piorando ao decorrer do filme. O hereditário me mostrou que nem toda avó é boazinha.
Achei bem chocante a cena da morte da Charlie porque esperava que ela fosse ser como nos filmes que a criança esquisita fala com os fantasmas que querem matar toda a família. Outra coisa surpreendente foi a reação do Peter ao ver que matou a irmã, mas a mãe culpar só ele não é justo porque convenhamos os três tem culpa nisso, a mãe por forçar a menina a ir em uma festa que não queria, o Peter que tava super chapado e a menina que colocou a cabeça para fora da janela do carro.
Um ponto que achei bem interessante é que a senhora que fazia parte do mesmo culto que a vovó Ellen participava, manipulou Annie a abrir sua casa e expor sua família para o mal. Aquele ar de bondade querendo ajudar só estava escondendo a maldade para poder trazer um mal de um culto muito poderoso. Quando Annie abre finalmente as caixas da mãe dela, percebe tudo o que está acontecendo, já é tarde de mais. Isso achei que foi uma lição de vida para aprender a arrumar a bagunça antes que algo pior aconteça, como sua família ser alvo de um culto maligno.
No geral tudo foi bem-planejado, como a cena onde a Charlie corta a cabeça do pombo com uma tesoura e no final ela também perdeu a cabeça, e morte do pai também teve um significado interessante já que ele jogava na cara da mulher em todo briga quando ela quase causou um “acidente” com fogo e no final ele que morreu queimado. Outra coisa que me chamou a atenção foram as cenas que mostram as casas em miniaturas e fazem a transição para a casa ou local de verdade.
Esse filme foi cheio de reviras voltas. Durante todo o filme, a sanidade dos personagens foi sendo tirada pouco a pouco até o colapso final, e também mostra que Ellen planejou tudo e ainda deixou um aviso para Annie, mas ela só ignorou, mas ela não poderia fazer muita coisa também. O final do filme não explicou muito sobre o culto e como as pessoas foram entrando nessa onda e a cena final poderia dar abertura para um segundo filme.