“A maldição da casa Winchester” é um filme sobre uma casa mal-assombrada, focado na famosa mansão winchester e a herdeira da fortuna das armas Winchester, mas com um médico psiquiatra como protagonista do filme. A ambientação da mansão é um dos pontos fortes do filme, com seus corredores que não levam a lugar nenhum, escadas que levam para o teto, basicamente um labirinto dentro de uma mansão. A proposta inicial do filme é interessante e tem potencial para entregar um filme cheio de reflexão, tensão e terror, baseados em eventos reais.
Infelizmente, o filme deixa uma dúvida se vamos ter um filme de terror psicológico atmosférico ou um terror convencional de sustos previsíveis. O roteiro é meio genérico, com de clichês do gênero e falha em aprofundar as motivações dos personagens, e principalmente de Sarah Winchester que deveria ter a maior desenvoltura e foco. E mesmo com bons atores, os diálogos muito expositivos e um enredo que hesita entre crer ou não no sobrenatural, acaba ficando cansativo porque mesmo com evidências o médico continua sendo cético.
Na visão geral ignorando todo o potencial de ser um ótimo filme de casa mal-assombrada misturado com um terror psicológico de uma história real bem interessante, temos um filme de terror comum e legal para levar sustos previsíveis. Então se quer um filme legal para tomar sustos é uma boa opção, mas se você foca muito em todos os detalhes do filme você pode não gostar muito por achar partes sem sentido e meio chatas.
“A Maldição da Casa Winchester” até parece ter uma ideia de filme promissora: contar a história da bizarra casa de Sarah Winchester e sobre a possível loucura de Sarah Winchester herdeira da família que enriqueceu fabricando os melhores rifles da época. O problema foi que transformaram essa ideia incrível em um filme de terror genérico, com uma história que não empolga e sustos previsíveis. Eles podiam ter explorado o lado psicológico com muito horror, explorar a culpa de Sarah sobre todas as vidas que as armas fabricadas por sua família tiraram, mas no fim preferiram focar a história em um psicólogo que é cético sobre fantasmas.
Os protagonistas também não ajudam muito. Helen Mirren, que normalmente arrasa em seus papeis, parecia meio perdida no papel de Sarah. O figurino e a atuação dela lembram mais uma viúva de Halloween do que alguém com uma carga dramática pesada. E Jason Clarke, que fez o psiquiatra enviado para avaliar a sanidade de Sarah, também não consegue transmitir direito o personagem. O personagem dele tem até um trauma do passado, mas tudo é jogado tão rápido durante o filme que não dá tempo para trabalhar esse trauma e transmitir o peso desse trauma pra quem assiste. Até tem uma tentativa de criar um mistério, mas o roteiro é tão fraco que tudo vira uma bagunça previsível com fantasmas aparecendo só para dar sustos e no fim não assustam de verdade.
No final do filme tentam dar uma conclusão para salvar o filme, tendo terremoto e fantasmas revoltados, mas tudo pareceu muito forçado e sem emoção. A solução para tudo ficou bem ridícula que chega a ser engraçada: eles resolveram o problema reconstruindo o quarto onde o espírito morreu e pronto. No fim, fica a sensação de que desperdiçaram uma história que podia render um baita de terror psicológico e um clima bem de horror. Se quer um filme de terror normal para ver é um bom filme, e se você quer saber mais sobre a história dessa casa bizarra e sobre a família Winchester não assista esse filme porque não desenvolveram uma narrativa que se aprofunde na história de Sarah.